segunda-feira, 16 de maio de 2011

Fábrica de ilusões.

Adorno fala acerca da ideologia capitalista, e sua cúmplice, a indústria cultural contribui eficazmente para falsificar as relações entre os homens, bem como dos homens com a natureza, de tal forma que o resultado final constitui uma espécie de antiiluminismo.
A Dialética do Esclarecimento, escrita por Adorno em colaboração com Max Horkheimer durante a guerra, é uma crítica fundada em uma interpretação negativa do Iluminismo, de uma civilização técnica e da lógica cultural do sistema capitalista.  Também uma crítica à sociedade de mercado que não persegue outro fim que não o do progresso técnico.
Ao visarem à produção em série e à homogeneização, as técnicas de reprodução sacrificam a distinção entre o caráter da própria obra de arte e do sistema social. Por conseguinte, se a técnica passa a exercer imenso poder sobre a sociedade, tal ocorre, segundo Adorno, graças, em grande parte, ao fato de que as circunstâncias que favorecem tal poder são arquitetadas pelo poder dos economicamente mais fortes sobre a própria sociedade. Em decorrência, a racionalidade da técnica identifica-se com a racionalidade do próprio domínio. Essas considerações evidenciariam que, não só o cinema, como também o rádio, não devem ser tomados como arte.
"A indústria cultual é uma fábrica de ilusões e de consumo superficial" (Adorno & Horkheimer, 1986; Jay, 1988).

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